Bioquímica do Alzheimer

“Como é terrível o dom do conhecimento, quando não serve a quem o tem!”

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Antioxidantes, vitaminas e anti-inflamatórios não hormonais: as novas promessas.


           Na busca de novas técnicas para a prevenção da doença de Alzheimer, foi testada uma possível relação entre a hiperfosforilação da proteína tau, a atuação da apolipoproteína E4 e a deposição de placas de beta-amiloide, todas relacionadas como prováveis causas da doença, com o estresse oxidativo. Dessa forma, alguns estudos tentaram descobrir se é possível aumentar o grau de prevenção da doença de Alzheimer com a ingestão de antioxidantes.
            No momento ainda é desconhecida a relação entre esses dois fatos, se ela existe de fato, ou qual então seria a causa e qual a consequência. Isso se reflete no fato de que vários grupos que estudam o Alzheimer discordam dessa relação, enquanto vários outros concordam. Da mesma forma, há estudos que comprovam que uma ingestão maior de antioxidantes aumenta o grau de prevenção do Alzheimer, há estudos que não colocam nenhuma relação entre ambos, e há estudos em que os antioxidantes conseguiram combater outros tipos de demências, mas não o Alzheimer especificamente.
            A maior parte dos estudos com relação aos antioxidantes faz testes com a vitamina C e a vitamina E. Ambos são antioxidantes naturais, sendo o primeiro hidrossolúvel e o segundo lipossolúvel. São compostos que necessitam de uma ingestão diária regular pequena, ambas com menos de 100mg.
            A vitamina E, por ser lipossolúvel, se apresenta como o maior antioxidante de membrana, impedindo a peroxidação lipídica (processo pelo qual ácidos graxos poli-insaturados formam radicais livres) de avançar. Outros estudos indicam que ela tem outros métodos de proteção da membrana celular do neurônio, evitando o rápido avanço da doença causado pelas placas de beta-amiloide. Entretanto, ao prevenir a peroxidação lipídica, a vitamina E dá origem ao radical tocoferoxil. Neste ponto, ocorre a atuação da vitamina C, que se oxida, reduzindo assim o tocoferoxil, e assim restituindo a estrutura da vitamina E.
            Os estudos apresentados com essas vitaminas, até os dias atuais, mostram uma utilização de suplementos, os quais usam doses de 500mg-1000mg dessas vitaminas. De fato, na maioria deles, houve um risco menor de se contrair Alzheimer pelo usuário do suplemento, entretanto essas doses são muitos maiores do que o recomendado diariamente para o ser humano, o que pode interferir na homeostase celular (equilíbrio entre radicais livres e antioxidantes), o que pode acarretar em diversas disfunções.
            



           Recentemente, devido à descoberta de inflamações pré e pós desenvolvimento da doença de Alzheimer, foi começado o teste de fármacos anti-inflamatórios não esteroides para a prevenção da doença. Eles estão ligados, principalmente, com a inibição da enzima COX. 
            A enzima COX, em sua conformação COX1 ou em sua conformação COX2, tem função de metabolizar o ácido. Em situações normais, a COX1 é mais normal em tecidos do que a COX2,a qual é relacionada com o Alzheimer em concentrações mais altas. Os principais fármacos estão ligados a inibição da COX2, dentre eles o paracetamol e o ibuprofeno (representados acima, a embalagem comercial à esquerda e a molécula do fármaco respectivo à direita) são os mais conhecidos.
            Entretanto, não se sabe ao certo se a prevenção e o tratamento do alzhemier feito com drogas anti-inflamatórias não esteroides tem, realmente, relação com a inibição da COX. Não se sabe ao certo se é pela sua cascata anti-inflamatória, se é pela inibição da COX2, ou se é por algum outro tipo de fator.
            Portanto, o consumo desses medicamentos deve ser acompanhado de receita médica, uma vez que podem causar vários tipos de efeitos colaterais, uma vez que a mesma droga,muitas vezes, consegue inibir tanto a COX1 como a COX2, e elas estão presentes em grande parte dos tecidos do corpo.
            Com isto, se encerram os tópicos de prevenção do Alzheimer.

           Escrito por: José Alberto Souza Abdon
           
           Fontes de pesquisa: 




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